“Dançar para expandir, para comunicar,

para conhecer, aprender e ensinar.

Dançar para silenciar, comungar, mergulhar.

Dançar para Ser!

Para Ser Único! Para Ser Um! Para Ser Uno!

Dançar para estar! Estar consigo! Estar com o outro!

Estar com o TODO!”

Andrea Leoncini


Confiar... Fiar com... Tecer!

>> 08/02/2011

Ontem participei de uma Roda de Conversa com colegas consultores do FCP (www.taygeta.com.br). O tema que nos mobilizou foi a Confiança!


Buscamos pessoas que nos inspirassem esta competência em empresas, na política, na família... e felizes conseguimos compor uma breve lista.


Percebemos que para inspirar confiança precisamos de uma boa dose de: PRESENÇA, TRANSPARÊNCIA, CRENÇA NA ABUNDÂNCIA, COMPROMETIMENTO,  CONEXÃO COM OS PRÓPRIOS VALORES / PRINCÍPIOS, HUMILDADE E COERÊNCIA.

No final do encontro fizemos a harmonização e tive a alegria de recordar minha avó paterna, minha Vó Maria. 


 Maria nasceu em Seixas (Oliveira do Hospital, Portugal), aldeia que tem como caminho de entrada a Av. Brasil que delicadamente conduz o visitante à Capela de Santa Luzia. Ainda estão lá... a escola que meu pai frequentou, o Sr. Coelho que conhece a família e tem um armazem perto da Igreja,  a vizinha da casa onde minha vó morou quando se casou (a casa não existe mais... virou praça), a casa onde meu pai viveu parte de sua infância e familiares que tive o prazer de reencontrar.

Imagem Google Maps

Foi neste lugar simples que Maria nasceu, cresceu,  aprendeu a lida no campo e todas as artes de uma rapariga "casadoira"... cozinhar, costurar, tecer...com tantas habilidades Vô José não resistiu. Ele nasceu José Maria... e a vida lhe trouxe Maria. Casaram e tiveram três lindos e fortes rapazes: Antonio, Joaquim (Meu Pai) e Manuel. 


Acreditando que além mar teriam oportunidades melhores, partiu primeiro José Maria para o Brasil. Depois seguiu Vó Maria com Antonio, Joaquim e Manuel.  Deixou Seixas... foi ao Porto e de lá embarcou (talvez de Leixões) para Santos. Destino final São Paulo.

Pude percorrer este caminho... da aldeia ao Porto (de carro) e do Porto a São Paulo (de avião) e ao conhecer esta parte da MINHA história fiquei orgulhosa ao sentir a determinação e a crença na abundância que guiou estes corações ancestrais.

Qual a relação de toda esta história com o tema da reunião??? Calma... estou chegando lá!


A querida avó deixou-me como um de seus legados um lençol tecido em linho... que me ajudou a compreender o significado de CONFIAR dentro de minha história!


Consigo recriar a cena desta jovem, sentada à beira do tear, preparando o fio e dedicando tempo de sua vida para tecer o lençol que hoje eu guardo... se ela não fiasse... não haveria o lençol... se ela não construísse a trama... não haveria história pra contar. 

A vida nos convida a confiar, a fiar com ela os caminhos e tramas de nossa felicidade.

Maria reuniu as ferramentas que tinha dentro de si e construiu uma vida digna ao seu redor.

Deixou-me como legado muito mais que um lençol tramado a mão... deixou-me ferramentas incomensuráveis que me trazem brilho aos olhos e que me convidam a CONFIAR! 

CONFIAR, FIAR... TECER!
Gratidão Vó!

A TECEDEIRA, O LINHO E O TEAR


A tecelagem era uma actividade artesanal, ancestral, que nesta região perdurou pelos saberes enraizados e que foram passando de geração em geração.
O linho tecido em tear manual era uma das tradições das mulheres que aqui viviam.
Em Pereiros, existiam algumas tecedeiras que trabalhavam nos teares os fios de linho e estopa transformando-os em belos panos para lençóis, enxergas e toalhas; Teciam também as conhecidas mantas de farrapos. Especialmente estas.
O linho cultivava-se normalmente em Março, nos terrenos que tinham bastante água; era regado todos os dias. Deitava uma linda flor azul quando estava maduro. Cortava-se, normalmente em Junho, e tirava-se-lhe a semente para semear no  ano seguinte. Faziam-se feixes que se iam pôr na ribeira, para curtir durante dias. Depois permanecia em casa até Setembro, ora metendo-o na água, ora espalhando-o ao sol.No inicio do Outono levava muita pancada com a maça ou maçadoira para lhes tirar as arestas; com a espadana ou espadaneira, em cima dum cortiço alto, dava-se-lhe mais pancada; depois ia para o sedeiro, que era uma tábua estreita com muitos dentes, a parecerem sovelas, afiados para separar o linho.
No Inverno seguinte, ao serão, as mulheres fiavam-no, utilizando rocas. Eram feitas com uma cana, tendo no cimo cavidades que se abrem metendo lá dentro uma rodela de cortiça onde se punha de forma a parecer uma maçaroca. Os fusos serviam para puxar o linho da roca através do uso da mão. À medida que o linho ia sendo fiado ficava em maçarocas de cerca de meio quilo. As maçarocas eram dobradas num sarilho ou argadilho que as transformava em meadas, que iriam cozer durante uma noite com água e cinza, dentro das grandes panelas de ferro ou nos caldeiros das lareiras, para depois poderem ir corar e, posteriormente, levarem uma boa barrela.
Mais tarde, as meadas já coradas, iriam para às oficinas das tecedeiras que as dobrariam nos argadilhos e, depois as urdiriam nas urdideiras, para irem para os teares. Era o momento em que “a teia de linho já estava urdida”, queria significar que estava pronta a ser tecida.
Nessa altura, as tecedeiras enchiam as canelas, para serem metidas nas lançadeiras que, em movimentos ritmados, para 
cá e para lá, atravessavam as teias urdidas e montadas no tear, de onde iriam sair os panos de linho e de estopa.
O tear tem como peças importantes o pente, por onde passam todos os fios da teia, as liças e os pedais.
Quando a teia estava pronta, a peça, por vezes, ainda tinha de voltar à barrela, a fim do linho ficar tão branco, tão branco, que pudesse ser transformado em alvo lençol ou numa toalha para o altar da capela.
Em Pereiros, a tecelagem manual era profissão exclusiva de mulheres. Desde tempos imemoriais que a arte passava de mães para filhas. Naqueles tempos era um orgulho ser tecedeira para poder tecer finos panos de linho para o ornamento dos altares das igrejas e para outros usos na liturgia católica. Como era motivo de vaidade os panos de linho bordados e colocados nas camas, nas mesas e até como cortinados nas janelas.
Mas para se fazerem estas tecelagens era necessário um Tear. Não se sabe muito sobre o surgimento do primeiro tear manual, não se imagina a data ou local, apenas se imaginam dois factores básicos de sobrevivência, que podem ter impelido o homem à sua construção:
- A necessidade de cobrir o corpo contra o frio, com algo que não fosse as peles de animais, usadas desde o tempo das cavernas
- A necessidade da confecção de redes para se dormir no alto, longe dos ataques de animais rasteiros.
Onde e quando surgiu o primeiro tear, e qual foi a primeira tecelagem, é difícil afirmar; mas é tão antigo quanto possamos imaginar.

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